
A Nature Astronomy, revista científica britânica, publicou no último dia 8 de dezembro, um artigo que teve a participação de membros do Laboratório de Astrofísica Computacional (LAC) da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).
A pesquisa, intitulada “A bagunçada morte de um sistema estelar múltiplo e a nebulosa planetária resultante como observadas pelo JWST”, analisou imagens do Telescópio Espacial James Webb (JWST) que indicaram a existência de estrelas adicionais invisíveis que criaram as formas ovais e curvas da Nebulosa do Anel Austral.
O artigo foi desenvolvido com a contribuição de organizações do mundo todo, tendo como principal autora e coordenadora da iniciativa Dra. Orsola De Marco. Isabel Aleman e o professor Hektor Monteiro representaram a UNIFEI e o LAC nessa pesquisa de alto impacto.
Artigo
A equipe, liderada por Orsola De Marco, da Macquarie University, em Sydney, e que contou com o trabalho de aproximadamente 70 pesquisadores, analisou 10 exposições da estrela por meio de imagens do James Webb, e chegou ao resultado de que a estrela central tinha três vezes a massa do nosso sol antes de expelir suas camadas de gás e poeira, e após esse processo, diminuiu, apresentando, de acordo com os cálculos, 60% da massa do sol.
A pesquisa aponta que as estrelas invisíveis possam ter sido responsáveis por acelerar a morte do astro em questão. Os autores explicam em trecho da pesquisa que “É comum que pequenos grupos de estrelas, abrangendo uma variedade de massas, se formem juntas e continuem a orbitar umas as outras à medida que envelhecem. A equipe usou esse princípio para voltar no tempo, milhares de anos, para determinar o que poderia explicar as formas das nuvens coloridas de gás e poeira”.
“As formas complexas da Nebulosa do Anel Austral são evidências de companheiras invisíveis adicionais – suas ejeções são mais finas em algumas áreas e mais espessas em outras. Uma terceira estrela em estreita interação pode ter agitado os jatos, distorcendo as ejeções uniformemente equilibradas como arte giratória. Além disso, uma quarta estrela com uma órbita um pouco maior também pode ter ‘mexido a tigela’ de ejeções, como uma espátula passando pela massa na mesma direção todas as vezes, gerando o enorme conjunto de anéis nos limites externos da nebulosa” completam os pesquisadores em trecho do artigo.
Isabel Aleman explica que “Uma das características que me chamou a atenção foi a diferença tão forte entre as imagens do gás quente ionizado e do gás frio molecular. O gás quente é bastante uniforme, mas o gás frio mostra esses pequenos clumps, raios e arcos. As imagens do Webb são muito ricas em detalhes.”
Para ler o artigo na íntegra acesse: https://www.nature.com/natastron/volumes/6/issues/12